https://revistavista.pt/index.php/vista/issue/feedVista - Revista de Cultura Visual2025-10-23T10:30:39+00:00Vistavista@ics.uminho.ptOpen Journal Systems<p>A <em>Vista</em> (e-ISSN 2184-1284) é uma revista científica de cultura visual e artes digitais, tendo por diretor/a um membro integrado do <a href="http://www.cecs.uminho.pt/">Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade</a> (CECS) e como diretor/a-adjunto/a um membro do<a href="https://sopcom.pt/grupos-de-trabalho/cultura-visual/"> Grupo de Trabalho de Cultura Visual</a> da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (Sopcom). Lançada em 2017, esta publicação de acesso aberto tem um rigoroso sistema de arbitragem científica (revisão duplamente cega). É semestral (janeiro-junho e julho-dezembro), mas segue a modalidade de publicação contínua, tendo edição bilingue (em português e em inglês). A revista foi criada em 2015 pelo Grupo de Trabalho de Cultura Visual da Sopcom e, no segundo semestre de 2020, passou a ser editada pelo CECS, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. O conselho editorial integra reputados especialistas da cultura visual e artes digitais de diversos pontos do mundo. A <em>Vista</em> é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.</p>https://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6628Uma Introdução — Moda e Múltiplos Olhares2025-06-20T12:13:15+00:00Francisco Mesquitafmes@ufp.edu.ptLilyan Berlimlilyan.berlim@espm.br2025-06-20T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Francisco Mesquita, Lilyan Berlimhttps://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6583Arquitetura do Desaparecimento: Autorretratos Negros e a Contravisualidade Como Estética Reparativa2025-10-23T10:30:39+00:00Emanuele de Freitas Bazílioefbrazilio@fcsh.unl.ptDaniel Meirinhodaniel.meirinho@eco.ufrj.brRicardo Camposricardocampos@fcsh.unl.pt<p>O presente artigo analisa a série de autorretratos <em data-id="_italic-2">Arquitetura do Desaparecimento</em>, do fotógrafo brasileiro Roger Silva. As fotografias de Roger apresentam-se como expressão estética e política da contravisualidade decolonial produzida por fotógrafos negros das periferias. Através do autorretrato, o artista articula um gesto de reexistência que tensiona os regimes normativos de visibilidade, identidade e representação. Este estudo fundamenta-se na teoria decolonial (Azoulay, 2021; Fanon, 1952/2008; Maldonado-Torres, 2020), nos estudos sobre imagem (Campt, 2021), representação (Hall, 2006, 2013/2016) e estética reparativa (Best, 2016), a fim de perceber as imagens de Roger como dispositivos simbólicos de enfrentamento ao racismo e de reconstrução de subjetividades. As legendas que acompanham as fotografias são incorporadas à análise como extensões discursivas da obra visual, revelando camadas não visíveis das experiências retratadas. O artigo demonstra que o autorretrato negro contemporâneo, especialmente o desenvolvido por fotógrafos negros das periferias, constitui-se como prática artivista de produção de sentidos, fabulação e cura simbólica, criando novas gramáticas visuais que subvertem a lógica da colonialidade do ver e do saber. Acredita-se que essas imagens contribuem para o fortalecimento de uma contravisualidade que se estabelece através da linguagem da fotografia negra-periférica.</p>2025-10-23T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Emanuele de Freitas Bazílio, Daniel Meirinho, Ricardo Camposhttps://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6582O Retrato Como Denúncia e Resistência nos Trabalhos de Eleonora Ghioldi2025-07-10T15:05:13+00:00Gabriela Traple Wieczorekgabrielatw@gmail.com<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo pretende examinar os retratos produzidos pela fotógrafa e cineasta feminista argentina Eleonora Ghioldi (1972, Buenos Aires) como formas de denúncia e resistência à violência de gênero, abordando também questões de interseccionalidade e colaboração em seus três principais projetos: </span><em><span style="font-weight: 400;">Guerreras</span></em><span style="font-weight: 400;">, </span><em><span style="font-weight: 400;">Atravesadxs</span></em><span style="font-weight: 400;"> e </span><em><span style="font-weight: 400;">Aborto Legal Ya!</span></em><span style="font-weight: 400;">. </span><em><span style="font-weight: 400;">Guerreras</span></em><span style="font-weight: 400;"> teve início em 2011, a partir de diálogos entre Ghioldi e suas amigas sobre vivências de violência, e ao longo dos anos expandiu-se para incluir relatos de mulheres cis e trans de diversas idades e origens raciais. </span><em><span style="font-weight: 400;">Atravesadxs</span></em><span style="font-weight: 400;"> surgiu da aproximação da artista com Gustavo Melmann, pai de Natalia Melmann, vítima de feminicídio em 2001, e hoje reúne mais de 70 depoimentos de familiares e amigos de mulheres assassinadas. </span><em><span style="font-weight: 400;">Já Aborto Legal Ya!</span></em><span style="font-weight: 400;"> documenta a luta pela legalização e preservação do aborto na Argentina, abordando o tema a partir de múltiplas perspectivas, incluindo saúde pública e questões intergeracionais. Os trabalhos consistem em retratos acompanhados de testemunhos, exibidos em larga escala em espaços públicos e institucionais, além de um curta-metragem. A análise fundamenta-se na pesquisa de Emma Lewis (2021) sobre a fotografia e os retratos a partir de uma perspectiva feminista e ativista, Dominique Baqué (2009) sobre representações da violência na fotografia e na arte engajada, e nos estudos de Rita Segato (2020) sobre as estruturas da violência de gênero. Nosso embasamento teórico também é informado pelos escritos de Verónica Gago (2020) acerca da articulação feminista na América Latina, e Judith Butler (2016) sobre vulnerabilidade, resistência e redes de solidariedade, além de contribuições teóricas do livro </span><em><span style="font-weight: 400;">Transfeminismo o barbarie</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2022). </span></p>2025-11-06T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Gabriela Traple Wieczorekhttps://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6578Olhar do Retrato Rural Através do Realismo Mágico2025-09-12T07:42:49+00:00Alicia Palacios-Ferrialiciapalaciosferri@gmail.com<p class="p1"><em data-id="_italic-1">TERRA: Paisaje Valenciano en el Guadalquivir</em> (TERRA: Paisagem Valenciana no Guadalquivir) é um ensaio visual onde o retrato fotográfico se torna uma ferramenta para transitar entre o visível e o invisível, entre o real e o mágico. Longe de ser uma mera representação física, cada retrato é uma alegoria, uma porta aberta ao simbólico, onde a identidade se expressa não apenas através do rosto ou da pose, mas também por meio do vínculo invisível que une cada pessoa retratada à terra que habita.</p>2025-09-11T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Alicia Palacios-Ferrihttps://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6520Fotografia Como Resistência: Entre Aprisionamento e Liberdade em Kiana Hayeri 2025-10-17T13:37:37+00:00Maria Fernanda Cavassanimfcavassani@outlook.comJesner Esequiel Santosjesner.eds@gmail.com<p>Este artigo realiza uma análise crítica de seis fotografias da artista iraniana-canadense Kiana Hayeri, cuja produção documental se concentra na representação de mulheres em contextos de vulnerabilidade sociopolítica no Afeganistão. Com foco analítico aprofundado em duas fotografias: uma retrata mulheres em situação de encarceramento, enquanto a outra mostra um grupo de mulheres enfileiradas para receber auxílio humanitário durante a pandemia de COVID-19. A partir da análise das composições visuais — incluindo enquadramento, expressão corporal, gestualidade, cenário e contexto —, bem como da contextualização dos cenários sociais, políticos e religiosos em que as imagens foram produzidas, a pesquisa propõe uma reflexão sobre as camadas simbólicas e subjetivas presentes nas fotografias. O referencial teórico fundamenta-se nos estudos de Walter Benjamin (1994), que discute a função da fotografia, e de Jean Baudrillard (1981/1991), que propõe a noção de “simulacro” e discute os limites entre representação e realidade. A partir dessas perspectivas, observa-se uma inversão paradoxal entre liberdade e aprisionamento: as mulheres encarceradas aparentam experimentar certa sensação de alívio ao se encontrarem afastadas das pressões sociais externas, enquanto as mulheres fora da prisão, embora formalmente livres, demonstram sinais de opressão e controle, derivados de estruturas sociopolíticas e religiosas que moldam suas existências. O estudo evidencia, assim, uma dicotomia nas experiências de liberdade e aprisionamento, problematizando os modos como a imagem fotográfica participa da construção de sentidos e da reprodução de normas culturais. Por meio da fotografia documental, Hayeri revela não apenas as condições materiais de vida dessas mulheres, mas também aspectos simbólicos e afetivos que desafiam as narrativas tradicionais sobre gênero e liberdade. O artigo conclui destacando o papel crítico da imagem como meio de resistência e ferramenta de interpretação das relações de poder que atravessam o cotidiano feminino em contextos marcados por desigualdades estruturais.</p>2025-10-17T00:00:00+00:00Direitos de Autor (c) 2025 Maria Fernanda Cavassani, Jesner Esequiel Santos