Vista - Revista de Cultura Visual
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<p>A <em>Vista</em> (e-ISSN 2184-1284) é uma revista científica de cultura visual e artes digitais, tendo por diretor/a um membro integrado do <a href="http://www.cecs.uminho.pt/">Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade</a> (CECS) e como diretor/a-adjunto/a um membro do<a href="https://sopcom.pt/grupos-de-trabalho/cultura-visual/"> Grupo de Trabalho de Cultura Visual</a> da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (Sopcom). Lançada em 2017, esta publicação de acesso aberto tem um rigoroso sistema de arbitragem científica (revisão duplamente cega). É semestral (janeiro-junho e julho-dezembro), mas segue a modalidade de publicação contínua, tendo edição bilingue (em português e em inglês). A revista foi criada em 2015 pelo Grupo de Trabalho de Cultura Visual da Sopcom e, no segundo semestre de 2020, passou a ser editada pelo CECS, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. O conselho editorial integra reputados especialistas da cultura visual e artes digitais de diversos pontos do mundo. A <em>Vista</em> é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.</p>Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minhopt-PTVista - Revista de Cultura Visual2184-1284<p>Os autores são titulares dos direitos de autor, concedendo à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é licenciado com uma Licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional</a>.</p>Uma Introdução — Moda e Múltiplos Olhares
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Francisco MesquitaLilyan Berlim
Direitos de Autor (c) 2025 Francisco Mesquita, Lilyan Berlim
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2025-06-202025-06-2016e025010e02501010.21814/vista.6628Arquitetura do Desaparecimento: Autorretratos Negros e a Contravisualidade Como Estética Reparativa
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<p>O presente artigo analisa a série de autorretratos <em data-id="_italic-2">Arquitetura do Desaparecimento</em>, do fotógrafo brasileiro Roger Silva. As fotografias de Roger apresentam-se como expressão estética e política da contravisualidade decolonial produzida por fotógrafos negros das periferias. Através do autorretrato, o artista articula um gesto de reexistência que tensiona os regimes normativos de visibilidade, identidade e representação. Este estudo fundamenta-se na teoria decolonial (Azoulay, 2021; Fanon, 1952/2008; Maldonado-Torres, 2020), nos estudos sobre imagem (Campt, 2021), representação (Hall, 2006, 2013/2016) e estética reparativa (Best, 2016), a fim de perceber as imagens de Roger como dispositivos simbólicos de enfrentamento ao racismo e de reconstrução de subjetividades. As legendas que acompanham as fotografias são incorporadas à análise como extensões discursivas da obra visual, revelando camadas não visíveis das experiências retratadas. O artigo demonstra que o autorretrato negro contemporâneo, especialmente o desenvolvido por fotógrafos negros das periferias, constitui-se como prática artivista de produção de sentidos, fabulação e cura simbólica, criando novas gramáticas visuais que subvertem a lógica da colonialidade do ver e do saber. Acredita-se que essas imagens contribuem para o fortalecimento de uma contravisualidade que se estabelece através da linguagem da fotografia negra-periférica.</p>Emanuele de Freitas BazílioDaniel MeirinhoRicardo Campos
Direitos de Autor (c) 2025 Emanuele de Freitas Bazílio, Daniel Meirinho, Ricardo Campos
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2025-10-232025-10-2316e025019e02501910.21814/vista.6583Olhar do Retrato Rural Através do Realismo Mágico
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<p class="p1"><em data-id="_italic-1">TERRA: Paisaje Valenciano en el Guadalquivir</em> (TERRA: Paisagem Valenciana no Guadalquivir) é um ensaio visual onde o retrato fotográfico se torna uma ferramenta para transitar entre o visível e o invisível, entre o real e o mágico. Longe de ser uma mera representação física, cada retrato é uma alegoria, uma porta aberta ao simbólico, onde a identidade se expressa não apenas através do rosto ou da pose, mas também por meio do vínculo invisível que une cada pessoa retratada à terra que habita.</p>Alicia Palacios-Ferri
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2025-09-112025-09-1116e023014e02301410.21814/vista.6578Fotografia Como Resistência: Entre Aprisionamento e Liberdade em Kiana Hayeri
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<p>Este artigo realiza uma análise crítica de seis fotografias da artista iraniana-canadense Kiana Hayeri, cuja produção documental se concentra na representação de mulheres em contextos de vulnerabilidade sociopolítica no Afeganistão. Com foco analítico aprofundado em duas fotografias: uma retrata mulheres em situação de encarceramento, enquanto a outra mostra um grupo de mulheres enfileiradas para receber auxílio humanitário durante a pandemia de COVID-19. A partir da análise das composições visuais — incluindo enquadramento, expressão corporal, gestualidade, cenário e contexto —, bem como da contextualização dos cenários sociais, políticos e religiosos em que as imagens foram produzidas, a pesquisa propõe uma reflexão sobre as camadas simbólicas e subjetivas presentes nas fotografias. O referencial teórico fundamenta-se nos estudos de Walter Benjamin (1994), que discute a função da fotografia, e de Jean Baudrillard (1981/1991), que propõe a noção de “simulacro” e discute os limites entre representação e realidade. A partir dessas perspectivas, observa-se uma inversão paradoxal entre liberdade e aprisionamento: as mulheres encarceradas aparentam experimentar certa sensação de alívio ao se encontrarem afastadas das pressões sociais externas, enquanto as mulheres fora da prisão, embora formalmente livres, demonstram sinais de opressão e controle, derivados de estruturas sociopolíticas e religiosas que moldam suas existências. O estudo evidencia, assim, uma dicotomia nas experiências de liberdade e aprisionamento, problematizando os modos como a imagem fotográfica participa da construção de sentidos e da reprodução de normas culturais. Por meio da fotografia documental, Hayeri revela não apenas as condições materiais de vida dessas mulheres, mas também aspectos simbólicos e afetivos que desafiam as narrativas tradicionais sobre gênero e liberdade. O artigo conclui destacando o papel crítico da imagem como meio de resistência e ferramenta de interpretação das relações de poder que atravessam o cotidiano feminino em contextos marcados por desigualdades estruturais.</p>Maria Fernanda CavassaniJesner Esequiel Santos
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2025-10-172025-10-1716e025018e02501810.21814/vista.6520Foto-Retrato, Foto-Pintura: Identidades do Cariri
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<p>Este é um ensaio visual analógico em filme 120mm de retratos de mestres da cultura popular no Cariri. Para ele, foram registrados: o Mestre Chico Alagoano (de fotografia lambe-lambe); o Mestre Nena, bacamarteiro; o Mestre Antônio Matheus do Reisado dos Irmãos; a Dona Maria, antiga parteira do Horto. As mesmas fotografias foram refeitas artesanalmente em forma de foto-pintura, com impressão em papel fotográfico com sais de prata, pintura a pastel e pigmentos líquidos, por dois foto-pintores, os últimos do Ceará: Mestre Júlio e Mestre Mirialdo. Nesse processo de entendimento do trabalho de retrato no interior do Ceará, com a presença de dois foto-pintores diferentes, é possível estabelecer a pluralidade do ofício na região. O registro desse processo visa não somente demonstrar a técnica, como desconstruir um imaginário de “fazedores de boneco”, que se disseminou sobre a foto-pintura nordestina. Mestre Júlio e Mestre Mirialdo, ao pintarem as mesmas fotografias dos mestres da cultura popular, desenvolvem técnicas diferentes, possibilitando, de forma rara nos dias atuais, uma análise comparada desse tipo de trabalho. É possível notar o refinamento do trabalho dos dois, em uma forma de produção complexa que é a foto-pintura, onde se pinta todo o retrato a partir de impressões a preto e branco do rosto do cliente. O presente ensaio pretende chamar a atenção de quem vê essas imagens de forma a se interessar mais pelo assunto.</p>Tiago Pedro Pereira
Direitos de Autor (c) 2025 Tiago Pedro Pereira
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2025-10-032025-10-0316e025017e02501710.21814/vista.6518