Vista - Revista de Cultura Visual https://revistavista.pt/index.php/vista <p>A <em>Vista</em> (e-ISSN 2184-1284) é uma revista científica de cultura visual e artes digitais, tendo por diretor/a um membro integrado do <a href="http://www.cecs.uminho.pt/">Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade</a> (CECS) e como diretor/a-adjunto/a um membro do<a href="https://sopcom.pt/grupos-de-trabalho/cultura-visual/"> Grupo de Trabalho de Cultura Visual</a> da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (Sopcom). Lançada em 2017, esta publicação de acesso aberto tem um rigoroso sistema de arbitragem científica (revisão duplamente cega). É semestral (janeiro-junho e julho-dezembro), mas segue a modalidade de publicação contínua, tendo edição bilingue (em português e em inglês). A revista foi criada em 2015 pelo Grupo de Trabalho de Cultura Visual da Sopcom e, no segundo semestre de 2020, passou a ser editada pelo CECS, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. O conselho editorial integra reputados especialistas da cultura visual e artes digitais de diversos pontos do mundo. A <em>Vista</em> é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.</p> Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho pt-PT Vista - Revista de Cultura Visual 2184-1284 <p>Os autores são titulares dos direitos de autor, concedendo à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é licenciado com uma Licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional</a>.</p> Colocando os Óculos: Apontamentos Sobre Cosmotécnica do Vestir na Obra Nordeste Futurista https://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6281 <p style="font-weight: 400;">O artigo analisa as duas primeiras faixas do álbum visual <em data-id="_italic-3">Nordeste Futurista</em> da artista Luana Flores, explorando como a indumentária e a direção de arte são elementos fundamentais da instauração do “futurista” que a narrativa da obra projeta no território, desafiando representações estereotipadas do Nordeste brasileiro. Através da lente da cosmotécnica (Hui, 2020), o estudo examina como a obra de Flores dissolve esteticamente a suposta oposição entre as tecnologias ancestrais e contemporâneas, em diálogo com culturas quilombolas e indígenas da região. A análise concentra-se na indumentária para tal, como elemento na construção de um discurso estético que desafia imaginários coloniais de subdesenvolvimento, também se apropriando do imaginário futurista do cinema de ficção científica clássica. Nesta investigação, a tecnologia do vestir é pensada como “cosmotécnica”, teoria proposta pelo filósofo Yuk Hui (2020): que se refere à tecnologia manifesta de diferentes formas, pois sempre surge e carrega embutida em si cosmologias e contextos específicos, questionando a visão de uma tecnologia única e universal, mais ou menos “avançada”. O artigo perpassa o uso de artefatos vestíveis como, por exemplo, óculos de realidade virtual, chapéus de palha trançada e tecidos como a chita, demonstrando como estes elementos carregam significados culturais e históricos, ao mesmo tempo que são ressignificados em um contexto “futurista”. A partir da quebra da neutralidade da colonialidade do ver (Barriendos, 2019), trazemos algumas representações visuais do Nordeste brasileiro, que foram historicamente distorcidas para justificar práticas de dominação. Ao trazer a estética do álbum visual <em data-id="_italic-4">Nordeste Futurista</em> para análise, buscamos provocar uma ruptura com o imaginário estandardizado sobre a região Nordeste do Brasil, que dialoga com o imaginário subdesenvolvido da América Latina, enfatizando a potencialidade cultural local e a importância de reconhecermos cosmotécnicas indígenas e quilombolas no nosso cotidiano e na construção de futuros possíveis.</p> Lara Victoria Sorbille Ana Carolina Acom Direitos de Autor (c) 2025 Lara Victoria Sorbille, Ana Carolina Acom https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-05 2025-06-05 15 e025007 e025007 10.21814/vista.6281 O Vestuário das Mulheres em Portugal e em Goa, no Século XVI — Um Estudo Comparativo https://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6275 <p>O presente trabalho tem como intuito uma abordagem comparativa às fontes quinhentistas sobre a forma como as mulheres são percecionadas a partir do vestuário. Focamo-nos na mulher em Portugal e em Goa, no contexto da sociedade católica do século XVI, a partir de relatos escritos por homens. Sabendo que a moda enquadra um indivíduo no seu meio, procuramos entender de que modo a religião influencia o modelo do traje feminino, uma vez que, enquanto no século em questão, Portugal se mantém fiel ao Cristianismo, Goa é, à chegada dos portugueses, um local onde coexistem diversas religiões, nomeadamente o Hinduísmo (religião a que daremos mais enfoque neste trabalho, devido ao maior número de dados). O território de Goa é parte de um processo de expansão marítima, concluindo-se que ocorre uma mútua influência cultural que se irá refletir no papel e vestuário da mulher em ambos os territórios. São obras de referência a de Fernando Oliveira (1993), o qual analisa as diversas peças de vestuário na sua composição. No entanto, devido ao reduzido enfoque da academia neste tema, analisámos teses académica, como a de Pedro Castro Cruz (2023), que investiga as Sumptuárias ao longo do período moderno. A pesquisa deste trabalho segue o método histórico, a partir de uma análise comparativa de fontes documentais já previamente exploradas pela historiografia, mas às quais pretendemos colocar novas questões. São estas os relatos de viagem de Jan Huygen van Linschoten (1596/1885a, 1596/1885b) e de François Pyrard de Laval (1944) e as<em> Leis Extravagantes</em>, compiladas por Duarte Nunes de Leão (1569). Este trabalho é inovador, no sentido em que, pela primeira vez, compara o vestuário da mulher em dois extremos do império português, a partir da visão dos homens.</p> Rafaela de Vasconcelos Direitos de Autor (c) 2025 Rafaela de Vasconcelos https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-05-15 2025-05-15 15 e025004 e025004 10.21814/vista.6275 Entre Letras e Imagens: A Tipografia Como Elemento Estético nas Revistas de Moda https://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6274 <p>O artigo analisa interseções entre a moda e a tipografia, a partir da investigação e da análise do projeto gráfico de revistas especializadas do segmento de moda, publicadas ao longo da história e na atualidade. Inicialmente, o texto explora a relação entre a moda e os tipos serifados modernos, destacando a relevância e a preponderância do estilo tipográfico nos processos comunicacionais e estéticos relacionados às publicações. Em seguida, o artigo analisa o caráter imagético da tipografia nas revistas, assumindo que as palavras adquirem um valor iconográfico e visual de destaque no seu projeto gráfico, transcendendo a sua função verbal. A partir das pesquisas iconográfica, documental e histórica, são examinados aspectos como a morfologia e a composição dos caracteres tipográficos, demonstrando como esses elementos contribuem para a manutenção da identidade visual e para o posicionamento gráfico e editorial dos periódicos. Adotando uma abordagem qualitativa, que combina análises sincrônicas e diacrônicas, o artigo analisa páginas exemplares de publicações brasileiras e internacionais, cujo escopo editorial refere-se à moda conceitual e à moda e ao luxo, tais como <em data-id="_italic-2">V Magazine, Interview, </em><em data-id="_italic-3">Dazed</em><em data-id="_italic-4"> &amp; </em><em data-id="_italic-5">Confused</em><em data-id="_italic-6">,</em> <em data-id="_italic-8">Numéro</em>, <em data-id="_italic-9">Elle</em>, <em data-id="_italic-10">Vogue</em><em data-id="_italic-11">, </em><em data-id="_italic-12">L’Officiel</em> e <em data-id="italic-0ecd9425b4c7cfb31e8111c9eb6ca564">Harper’s Bazaar</em>, por exemplo. No contexto da moda, a tipografia não pode ser considerada um elemento neutro ou apenas funcional; ao contrário, ao romper com padrões de legibilidade e leiturabilidade, desempenha um papel ativo na construção das narrativas, da comunicação e das identidades visuais.</p> Márlon Uliana Calza Direitos de Autor (c) 2025 Márlon Uliana Calza https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-04-23 2025-04-23 15 e025002 e025002 10.21814/vista.6274 Moda Sustentável, Publicidade Insustentável: Estudo de Caso em Pequenas e Médias Empresas https://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6253 <p data-id="_paragraph-10">Este artigo discute como marcas, caracterizadas como pequenas e médias empresas, de moda sustentável podem alinhar suas iniciativas e estratégias publicitárias aos princípios de sustentabilidade e do mercado. Tendo como base de pesquisa a dissertação de mestrado intitulada <em data-id="_italic-1">Alternativas </em><em data-id="_italic-2">E</em><em data-id="_italic-3">ntre </em><em data-id="_italic-4">L</em><em data-id="_italic-5">uxo</em><em data-id="_italic-6"> e </em><em data-id="_italic-7">D</em><em data-id="_italic-8">esperdício</em><em data-id="_italic-9">: Publicidade no </em><em data-id="_italic-10">C</em><em data-id="_italic-11">ontexto</em><em data-id="_italic-12"> da </em><em data-id="_italic-13">M</em><em data-id="_italic-14">oda </em><em data-id="_italic-15">S</em><em data-id="_italic-16">ustentável</em> (Silva, 2024), o texto aborda a evolução da moda, contextualizando a transição de uma indústria focada na produção em massa para um setor que, cada vez mais, incorpora preocupações sociais e ambientais. Discute-se centralmente os desafios enfrentados por pequenas e médias marcas em comunicar valores sustentáveis em um mercado ainda caracterizado por práticas tradicionais e por um consumismo excessivo. São analisadas as estratégias de marketing e publicidade adotadas por quatro marcas, duas brasileiras e duas portuguesas, e seu impacto na percepção pública e no engajamento com o consumo responsável.</p> <p data-id="_paragraph-11">O foco recai no desenvolvimento de uma linguagem publicitária e outros recursos voltados para apresentar os diferenciais da sustentabilidade, no uso do marketing verde e na busca pelo equilíbrio entre lucratividade e ética. O artigo apresenta reflexões e recomendações para a publicidade no contexto da moda sustentável, incentivando as pequenas e médias marcas a refinarem suas estratégias e os consumidores a adotarem práticas mais conscientes, destacando a publicidade como ferramenta essencial para impulsionar mudanças no mercado e contribuir para um futuro mais sustentável para a indústria da moda.</p> Cícero Feitosa da Silva Francisco Mesquita Direitos de Autor (c) 2025 Cícero Feitosa da Silva, Francisco Mesquita https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-05-23 2025-05-23 15 e025006 e025006 10.21814/vista.6253 O Setor da Moda na Conjuntura Pandémica da COVID-19: O Caso da Apropriação da Máscara Medicinal https://revistavista.pt/index.php/vista/article/view/6101 <p>Este trabalho apresenta o setor da moda, com foco na sua adaptação e reconfiguração, como expressão social, cultural e artística, durante a conjuntura pandémica da COVID-19, que se instalou e se propagou pelo mundo a partir do ano de 2019. Na sua essência multidisciplinar e sob diversas perspetivas, a moda promove a criatividade, através de uma linguagem rica em significações com novas formas de comunicação e de conectividade, refletindo-se no design, na publicidade e no marketing. Os objetivos desta pesquisa passam, primeiramente, pela identificação das diversas estratégias utilizadas na adaptação do setor à comunidade perante uma crise de saúde pública; de seguida, pela análise e pelo reconhecimento do impacto que a apropriação do objeto-máscara medicinal teve na moda, em contexto da pandemia da COVID-19; posteriormente, a identificação dos diferentes tipos de produções da máscara, após a sua apropriação pela moda; e, por fim, o reconhecimento dos estatutos simbólicos que o objeto-máscara adquire, após a sua apropriação e ressignificação pela moda. Para esta análise é utilizada uma abordagem qualitativa, combinada com a revisão de artigos científicos, relatórios de mercado e entrevistas publicadas de profissionais da área da indústria da moda. Este estudo pretende contribuir para a apresentação e explicação de estratégias de comunicação em moda, realçando a capacidade de adaptabilidade do setor. Da mesma forma, a investigação enriquece os processos da semiótica da moda, propondo uma categorização de diferentes tipos de produções, assim como os estatutos simbólicos que o objeto-máscara adquire.</p> Sara Gaspar Rafaela Norogrando Eduardo J. M. Camilo Direitos de Autor (c) 2025 Sara Gaspar, Rafaela Norogrando, Eduardo J. M. Camilo https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-12 2025-06-12 15 e025008 e025008 10.21814/vista.6101