Breaking Canons: Intersectional Feminism and Anti-Racism in the Work of Black Women Artists
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.3060Palavras-chave:
feminismo interseccional e anti-racismo, artistas negras, Grada Kilomba, Eurídice Kala aka Zaituna Kala; KeyezuaResumo
Neste ensaio, argumentarei a favor da relevância da produção visual de várias artistas contemporâneas negras para o quebrar de estereótipos eurocêntricos e de narrativas racistas e patriarcais, que, enquanto legados do passado colonial e escravizador, continuam a ferir as vidas sociais e psíquicas das pessoas não brancas. Considerando a prática artística contemporânea como estando em diálogo próximo com, ou situada no âmbito de, outras práticas epistémicas e culturais – como os campos disciplinares da história e da história de arte, e a cultura visual em geral –, que têm produzido e reproduzido discursos racistas e racializado subjetividades desde há séculos, examinarei as formas através das quais artistas negras quebram cânones eurocêntricos e combatem o racismo, o patriarcado, o capitalismo, a homofobia, a transfobia e o capacitismo, a partir do campo específico da arte contemporânea, entre a teoria e a prática, e inspirando-se nas lições valiosas do feminismo interseccional. Exemplos relevantes serão os trabalhos de Grada Kilomba (Portugal, 1968), Eurídice Kala aka Zaituna Kala (Moçambique, 1987) e Keyezua (Angola, 1988). Este ensaio considerará as valências ético-políticas de tais críticas através da arte contemporânea, sem evitar os problemas inerentes às formas pelas quais o capitalismo neoliberal e o privilégio branco permanecem estruturalmente no âmago de inúmeras instituições artísticas.
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