Entre Ciberfeminismo e Artivismo: Feminismo em Portugal no Dia Internacional Para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/vista.4460

Palavras-chave:

ciberfeminismo, artivismo, Instagram, violência de género, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres

Resumo

A modalidade visual é um recurso imprescindível para as ciberfeministas desde a sua origem. A união entre o artivismo e o movimento feminista visa descolonizar os saberes artísticos e exclusivistas, além de propiciar visibilidade às temáticas das mulheres, especialmente em relação às múltiplas formas de violência de género. Assim, este artigo tem como principal objetivo perceber de que forma as ciberfeministas recorreram ao artivismo feminista para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, em 2021, em Portugal. Recorrendo a análise de conteúdo, observamos as publicações do Instagram de 10 associações e coletivos feministas portugueses no dia 25 de novembro, separando os dados em intervenções online e offline, na constatação de que o ciberfeminismo articula fronteiras que interconectam esses espaços de forma permanente. Destacamos que o artivismo opera no atual movimento feminista português como uma ferramenta estratégica e política para disseminação e propagação do ciberfeminismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Camila Lamartine, Instituto de Comunicação da NOVA, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal

Camila Lamartine é doutoranda em ciências da comunicação, Instituto de Comunicação da NOVA, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa (Lisboa, Portugal).

Carla Cerqueira, Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias, Universidade Lusófona, Porto, Portugal

Carla Cerqueira é docente da Universidade Lusófona, Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (Porto, Portugal).

Referências

A C O L E T I V A [@a_coletiva_feminismos]. (2021, 25 de novembro). Retirado de Nesse 25/11, convocamos os bares de Portugal a apoiar uma noite livre de assédios! [Fotografia]. Instagram. https://www.instagram.com/p/CWtYUH3MeeH/

Abreu, C. (2017). Narrativas digifeministas: Arte, ativismo e posicionamentos políticos na internet. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, 2(4), 134–152. https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n4.p134-152 DOI: https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2017.v2.n4.p134-152

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. (2020). Folha informativa: Violência de género. https://apav.pt/apav_v3/images/pdf/FI_VDG_2020.pdf

Babo, I. (2018). Redes, ativismo e mobilizações públicas. Ação coletiva e ação conectada. Estudos em Comunicação, 1(27), 219–244. http://ojs.labcom-ifp.ubi.pt/index.php/ec/article/view/481 DOI: https://doi.org/10.20287/ec.n27.v1.a14

Bandeira, L. M., & Magalhães, M. J. (2019). A transversalidade dos crimes de feminicídio/femicídio no Brasil e em Portugal. Revista da Defensoria Pública do Distrito Federal, 1(1), 29–56. DOI: https://doi.org/10.29327/2193997.1.1-3

Bardin, L. (2004). Análise de conteúdo (L.A. Reto & A. Pinheiro, Trad.; 3.ª ed.). Edições 70. (Trabalho original publicado em 1977)

Biroli, F., & Miguel, L. F. (2015). Feminismo e política: Uma introdução. Boitempo Editorial.

Bogalheiro, M., Babo, I., & Cardoso, J. S. (2021). Expressões visuais disruptivas no espaço público. CICANT; Edições Universitárias Lusófonas.

Castilhos, T. M. S. (2014). A violência de género nas redes sociais virtuais: A proteção das mulheres na perspetiva dos direitos humanos [Tese de doutoramento, Universidade de Salamanca]. Ediciones Universidad Salamanca.

Centella, V. O. (2015). El artivismo como acción estratégica de nuevas narrativas artistico- políticas. Calle 14, 10(15), 100–111. https://doi.org/10.14483/udistrital.jour.c14.2015.1.a08 DOI: https://doi.org/10.14483/udistrital.jour.c14.2015.1.a08

Cerqueira, C. (2008). A imprensa e a perspectiva de género. Quando elas são notícia no Dia Internacional da Mulher. Observatorio (OBS*), 2(2), 139–164. https://doi.org/10.15847/obsOBS222008101

Cerqueira, C. (2015). As estratégias de comunicação das ONGs de cidadania, igualdade de género e/ou feministas: Interconexões entre media mainstream e media sociais. In G. Gonçalves & F. Lisboa (Eds.), Coleção relações públicas e comunicação organizacional — Dos fundamentos às práticas (pp. 45–62). Labcom.

Cerqueira, C. & Gomes, S. (2017). Violência de género nos media: Percurso, dilemas e desafios. In S. Neves & D. Costa (Eds.), Violências de género (pp. 217–238). ISCSP.

Cerqueira, C., & Magalhães, S. (2017). Ensaio sobre cegueiras: Cruzamentos intersecionais e (in)visibilidades nos media. Ex aequo, 35, 9–20. https://doi.org/10.22355/exaequo.2017.35.01 DOI: https://doi.org/10.22355/exaequo.2017.35.01

Cochrane, K. (2013). All the rebel women: The rise of the fourth wave of feminism. Guadian Books.

Comissão Para a Cidadania e a Igualdade de Género. (2020, 10 de março). Estados Membros concordam em implementar integralmente a Declaração de Pequim sobre igualdade de género. https://www.cig.gov.pt/2020/03/estados-membros-concordam-implementar-integralmente-declaracao-pequim-igualdade-genero/

Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica, 11 de maio de 2011, https://www.cig.gov.pt/wp-content/uploads/2013/12/conv_ce.pdf

Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, 18 de dezembro de 1979, https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-eliminacao-de-todas-formas-de-discriminacao-contra-mulheres

Costa, M. A. C. N., & Coelho, N. (2018). A(R)Tivismo feminista – Intersecções entre arte, política e feminismo. Confluências, 20(2), 25–49. https://doi.org/10.22409/conflu20i2.p547

DataReportal. (2022, 26 de janeiro). Digital 2022: Global Overview report. The essential guide to the world’s connected behaviours [PowerPoint slides]. SlideShare. https://datareportal.com/reports/digital-2022-global-overview-report

Decreto-Lei n.º 48/95, Diário da República n.º 63/1995, Série I-A de 1995-03-15. (1995). https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-lei/48-1995-185720

Dias, C. M., Iglesias, C., Pontedeira, C., Armada, F. C. de, Rodrigues, L., & Magalhães, M. J. (2021). Relatório final 2021 (1 de janeiro a 31 de dezembro de 2021). União de Mulheres Alternativa e Resposta. http://www.umarfeminismos.org/images/stories/oma/OMA-UMAR_Relatório_2021.pdf

Drake, V. E. (2017). The impact of female empowerment in advertising (femvertising). Journal of Research in Marketing, 7(3), 593–599.

FEM - Feministas em Movimento [@feministasemmovimento]. (2021, 25 de novembro). Campanha #PortugalContraAViolência [Fotografia]. Instagram. https://www.instagram.com/p/CWsYjAps7La/

Feminismos Sobre Rodas [@feminismossobrerodas]. (2021, 25 de novembro). @umar_feminismos @rede8marcoporto [Fotografia]. Instagram. https://www.instagram.com/p/CWsNg-aMh8l/

Fernández, E., Castro-Martinez, A., & Valcarcel, A. (2019). Medios sociales y feminismo en la construcción de capital social: La red estatal de comunicadoras en España. Análisis: Quaderns de Comunicació i Cultura, 61, 1–16. https://doi.org/10.5565/rev/analisi.3247 DOI: https://doi.org/10.5565/rev/analisi.3247

Heller, E. (2014). A psicologia das cores - Como as cores afetam a emoção e a razão (L. L. da Silva, Trad.). Editora Gustavo Gili. (Trabalho original publicado em 2000)

ILGA Portugal [@ilgaportugal]. (2021, 25 de novembro). Dia 25 de novembro – Dia Internacional de Eliminação de Todas as Formas de Violência Contra Todas as Mulheres [Fotografia]. Instagram. https://www.instagram.com/p/CWtZ9LTNvFf/

Kuperman, D. (2019). Fanzine feminista Noiz: Design como artivismo [Tese de doutoramento, Universidade de Lisboa]. Repositório da Universidade de Lisboa. http://hdl.handle.net/10451/38918

Lamartine, C. (2021). “Nem tudo tem de ficar entre 4 paredes”: Ciberfeminismo e violência doméstica em tempos de pandemia. Revista Comunicando, 10(1), 2–39.

Lamartine, C., & Cerqueira, C. (2022). “Caladas nos querem, rebeldes nos terão”: Ciberfeminismo e interseccionalidade na construção híbrida do movimento 8M em Portugal. Observatorio (OBS*), 16(0), 119–138. https://doi.org/10.15847/obsOBS16Special%20Issue20222292

Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro, Diário da República n.º 180/2009, Série I de 2009-09-16 (2019). https://dre.pt/dre/detalhe/lei/112-2009-490247

Lessa, P. (2015). Visibilidades y ocupaciones artísticas en territorios fisicos y digitales. In N. Padrós,

E. Collelldemont, & J. Soler (Eds.), Actas del XVIII Coloquio de Historia de la Educación: Arte, literatura y educación (pp. 211–224). Universitat Central de Catalunya.

Liga Feminista do Porto [@ligafeministadoporto]. (2021, 25 de novembro). A Liga Feminista do Porto surge em Maio de 2020, derivado da necessidade de ocupar um espaço de organização e mobilização das mulheres no Porto, pela reivindicação e luta contra a opressão patriarcal e os seus contornos de violência machista [Fotografia]. Instagram. https://www.instagram.com/p/CWrYbIGoyS8/

Machado, I. de A. (2019). Experiências estético-dialógicas em arte-ativismo. ARS (São Paulo), 17(37), 45–74. https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2019.159755 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2019.159755

Magalhães, S. I., Cerqueira, C., & Bernardo, M. (2012). Media and the (im)permeability of public sphere to gender. In M. Nunes da Costa (Ed.), Democracy, mass media and public sphere (pp. 35–52). Edições Húmus.

Martinez, F. (2019). Feminismos em movimento no ciberespaço. Cadernos Pagu, (56), 1–34. https://doi.org/10.1590/18094449201900560012 DOI: https://doi.org/10.1590/18094449201900560012

Mesquita, A. (2011). Insurgências poéticas: Arte ativista e ação coletiva. Annablume Editora.

Neves, S., & Costa, D. (Eds.). (2017). Violências de género. CIEG/ ISCSP-UL.

Offen, K. (2008). Erupções e fluxos: Reflexões sobre a escrita de uma história comparada dos feminismos europeus, 1700-1950. In A. Cova (Ed.), A história comparada das mulheres (pp. 29–45). Livros Horizonte.

Oliveira, P. (2019). A quarta onda do feminismo na literatura norte-americana. Palimpsesto, 30, 67–84. https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2019.42952 DOI: https://doi.org/10.12957/palimpsesto.2019.42952

Parry, D., Johnson, C. W., & Wagler, F. (2018). Fourth wave feminism: Theoretical underpinnings and future directions for leisure research. In D. Parry (Ed.), Feminisms in leisure studies (pp. 1–12). Routledge. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315108476-1

Raposo, P. (2015). “Artivismo”: Articulando dissidências, criando insurgências. Cadernos de Arte e Antropologia, 4(2), 3–12. https://doi.org/10.4000/cadernosaa.909 DOI: https://doi.org/10.4000/cadernosaa.909

Reis, J. S., & Natansohn, G. (2021). Do ciberfeminismo... aos hackfeminismos. In G. Natansohn (Ed.), Ciberfeminismos 3.0 (pp. 51–66). Labcom.

Ribeiro, D. (2017). Lugar de fala. Pólen Produção Editorial.

Sardenberg, C. M. B., & Tavares, M. S. (Eds.). (2016). Violência de gênero contra mulheres: Suas diferentes faces e estratégias de enfrentamento e monitoramento. EDUFBA. DOI: https://doi.org/10.7476/9788523220167

Silva, J. (2019). Feminismo na atualidade: A formação da quarta onda. Jacilene Maria Silva.

Sofoulis, Z. (2002). Cyberquake: Haraway’s manifesto. In A. Cavallaro, A. Jonson, & D. Tofts (Eds.), Prefiguring cyberculture: An intellectual history (pp. 84–101). The MIT Press.

Stubs, R., Teixeira-Filho, F. S., & Lessa, P. (2018). Artivismo, estética feminista e produção de subjetividade. Revista Estudos Feministas, 26(2), 1–19. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2018v26n238901 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9584-2018v26n238901

Tavares, M. (2011). Feminismos, percursos e desafios. Texto Editora.

Tavares, P. (2008, 22 de abril). Breve cartografia das correntes desconstrutivas feministas na produção artística da segunda metade do século XX. Arte Capital. http://www.artecapital.net/opiniao-64-paula-tavares-breve-cartografia-das-correntes-desconstrutivistas-feministas

UMAR ::: Associação Feminista [@umar_feminismos]. (2021, 25 de novembro). Segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR, entre 1 Janeiro e 15 de Novembro de 2021 foram assassinadas 23 mulheres em Portugal [Fotografia]. Instagram. https://www.instagram.com/p/CWqvhxCMOGa/

Walker, L. (1999). The battered woman syndrome (2.ª ed.). Springer.

Publicado

2023-05-30

Como Citar

Lamartine, C., & Cerqueira, C. (2023). Entre Ciberfeminismo e Artivismo: Feminismo em Portugal no Dia Internacional Para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Vista, (11), e023005. https://doi.org/10.21814/vista.4460

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)