O Retrato Como Denúncia e Resistência nos Trabalhos de Eleonora Ghioldi
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.6582Palavras-chave:
Argentina, feminismos, fotografia, Eleonora Ghioldi, violência de gêneroResumo
Este artigo pretende examinar os retratos produzidos pela fotógrafa e cineasta feminista argentina Eleonora Ghioldi (1972, Buenos Aires) como formas de denúncia e resistência à violência de gênero, abordando também questões de interseccionalidade e colaboração em seus três principais projetos: Guerreras, Atravesadxs e Aborto Legal Ya!. Guerreras teve início em 2011, a partir de diálogos entre Ghioldi e suas amigas sobre vivências de violência, e ao longo dos anos expandiu-se para incluir relatos de mulheres cis e trans de diversas idades e origens raciais. Atravesadxs surgiu da aproximação da artista com Gustavo Melmann, pai de Natalia Melmann, vítima de feminicídio em 2001, e hoje reúne mais de 70 depoimentos de familiares e amigos de mulheres assassinadas. Já Aborto Legal Ya! documenta a luta pela legalização e preservação do aborto na Argentina, abordando o tema a partir de múltiplas perspectivas, incluindo saúde pública e questões intergeracionais. Os trabalhos consistem em retratos acompanhados de testemunhos, exibidos em larga escala em espaços públicos e institucionais, além de um curta-metragem. A análise fundamenta-se na pesquisa de Emma Lewis (2021) sobre a fotografia e os retratos a partir de uma perspectiva feminista e ativista, Dominique Baqué (2009) sobre representações da violência na fotografia e na arte engajada, e nos estudos de Rita Segato (2020) sobre as estruturas da violência de gênero. Nosso embasamento teórico também é informado pelos escritos de Verónica Gago (2020) acerca da articulação feminista na América Latina, e Judith Butler (2016) sobre vulnerabilidade, resistência e redes de solidariedade, além de contribuições teóricas do livro Transfeminismo o barbarie (2022).
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