In/Visibilities and Pseudo/Visibilities: the black woman’s portrait in the Bemposta chapel in Lisbon (1791-1792)
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.3055Palavras-chave:
Giuseppe Trono, Capela da Bemposta, Mulheres africanas escravizadas e libertas, a rainha D. Maria I, subjetividades negras na Lisboa setecentistasResumo
A pintura de Giuseppe Trono na capela da Bemposta, realizada in 1791-1792, é uma das obras mais representativas das políticas sociais implementadas pela rainha D. Maria I. Este artigo centra-se na análise histórico-artística da pintura para enquadrar o contexto político e religioso da época e esclarecer o significado da iconografia, que foi equivocado pela exígua historiografia existente sobre a obra. O culto do Sagrado Coração, instituído em 1779 pelo papa Pio VI, é crucial para decodificar o significado da pintura. A nova abordagem apresenta uma original interpretação da mulher negra representada na tela. A sua identidade e a sua biografia são trazidas à luz. A sua subjetividade é comparada com as biografias mais conhecidas do grupo de anões escravizados que viviam na corte de Lisboa; principalmente com a biografia de Rosa do Sagrado Coração de Jesus, retratada na Mascarada nupcial de José Conrado Roza (1788). A sua in/visibilidade é comparada, também, com o ‘silêncio’ sobre a presença negra na pintura O terramoto de Lisboa de 1755 de João Glama, realizada na segunda metade do século XVIII.
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