Para Além da Farda: A Militarização da Juventude Portuguesa no Estado Novo
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.6207Palavras-chave:
Mocidade Portuguesa, Estado Novo, farda, semiótica, controlo socialResumo
Este artigo analisa a militarização da juventude portuguesa durante o Estado Novo, com foco no papel da farda da Mocidade Portuguesa como instrumento de propaganda e controlo. Através de uma abordagem histórica e sociológica, o estudo examina a criação, os objetivos e a organização da Mocidade Portuguesa, e descreve e interpreta a sua farda, explorando o seu simbolismo e as influências militares presentes na sua conceção. A análise revela como a farda funcionou como um instrumento de propaganda e controlo, contribuindo para a construção de uma identidade coletiva e para a inculcação de valores como a disciplina, a obediência e o espírito de sacrifício. O estudo compara a Mocidade Portuguesa com outras organizações juvenis da época, como a Juventude Hitleriana, as Juventudes Falangistas e a Opera Nazionale Balilla, e analisa as especificidades da Mocidade Portuguesa Feminina, demonstrando como a organização reforçava os papéis de género tradicionais. Conclui-se que a Mocidade Portuguesa e a sua farda constituíram instrumentos eficazes na estratégia de controlo e doutrinação do Estado Novo, contribuindo para a militarização da juventude e para a construção de uma identidade nacional autoritária.
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