Do Tangível ao Figital: Integração Físico-Digital e Metodologia Criativa na Arte Pós-Digital Contemporânea

Nelson Caldeira; Pedro Alves da Veiga; João Cordeiro

doi:10.21814/vista.6351

Autores

Nelson Caldeira Centro de Investigação em Artes e Comunicação, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, Faro, Portugal/Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade Aberta, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0009-0009-3788-9943
Pedro Alves da Veiga Centro de Investigação em Artes e Comunicação, Universidade Aberta, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0000-0001-9738-3869
João Cordeiro Centro de História de Arte e Investigação Artística, Escola de Artes, Universidade de Évora, Évora, Portugal/Departamento de Artes Visuais e Multimédia, Universidade de Évora, Évora, Portugal https://orcid.org/0000-0002-0161-7139

DOI:

https://doi.org/10.21814/vista.6351

Palavras-chave:

figital, taxonomia figital, tapeçarias de Portalegre, a/r/cografia

Resumo

Este estudo visa apresentar a articulação entre uma proposta de taxonomia figital com a metodologia a/r/cográfica, oferecendo assim um quadro metodológico integrado para analisar e orientar práticas artísticas híbridas contemporâneas. Nos últimos anos, a criação artística contemporânea tem sido marcada pela fusão entre o tangível e o virtual, fenómeno designado por “figital”. Este conceito descreve como elementos físicos e digitais se interligam, redefinindo processos de produção, fruição e interação com a arte. A taxonomia figital, ora apresentada, permite mapear novos territórios híbridos e avaliar detalhadamente a simbiose entre o plano material, incluindo os aparatos tecnológicos, e o plano virtual ou digital, resultante da execução de código ou reprodução de média digitais. Por sua vez, a metodologia a/r/cográfica estrutura o processo criativo em três eixos essenciais: estética (cognição, emoções e sensações despertadas pela obra), aptidão (competências técnicas e concetuais evidenciadas) e função (impacto sociocultural e comunicativo da obra). A obra Texel2048Loom, desenvolvida neste âmbito pelo primeiro autor deste estudo, permite ilustrar a abordagem aqui proposta. Este texto evidencia ainda a necessidade de ajustes adicionais, particularmente nas dimensões éticas, culturais e multissensoriais, oferecendo contribuições claras para futuras investigações e práticas na arte pós-digital.

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Biografias Autor

Nelson Caldeira, Centro de Investigação em Artes e Comunicação, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, Faro, Portugal/Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade Aberta, Lisboa, Portugal

Nelson Caldeira é licenciado em Design de Comunicação pelo Instituto Politécnico de Portalegre e doutorando em Média-Arte Digital pela Universidade do Algarve/Universidade Aberta. Especialista em desenvolvimento web, possui competências em várias linguagens de programação, como JavaScript, CSS, HTML e Python. Atualmente, exerce funções como web developer e web designer, além de integrar o corpo docente do Politécnico de Portalegre, onde leciona disciplinas nas áreas de multimédia e tecnologias web. Com uma carreira de quase duas décadas ligada ao setor empresarial, Nelson foi distinguido com vários prémios por projetos de excelência no desenvolvimento web, tendo ainda desempenhado funções de consultor e formador em iniciativas no âmbito da comunidade europeia. Os seus interesses de investigação centram-se na experiência de fruição e interatividade, com destaque para o uso de tecnologias como visão por computador, bem como na exploração da arte generativa e da realidade aumentada. Atualmente, dedica-se ao desenvolvimento de experiências que liguem os domínios físico e digital, propondo novas abordagens à fruição artística e tecnológica.

Pedro Alves da Veiga, Centro de Investigação em Artes e Comunicação, Universidade Aberta, Lisboa, Portugal

Pedro Alves da Veiga é doutorado em Média-Arte Digital pela Universidade do Algarve e Universidade Aberta, professor auxiliar na Universidade Aberta, e vice-diretor do doutoramento em Média-Arte Digital. Foi empreendedor durante mais de duas décadas, com trabalhos premiados de webdesign e multimédia. É membro integrado do Centro de Investigação em Artes e Comunicação, e colaborador do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura. A sua investigação centra-se na influência das economias da atenção e experiência no ecossistema da média-arte digital, métodos de investigação baseada em prática artística, e curadoria digital. Utiliza assemblage, programação criativa generativa e audiovisuais digitais nas suas criações artísticas, regularmente expostas em Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, Roménia, Rússia, China, Tailândia, Brasil e Estados Unidos da América. Mais informações em https://pedroveiga.com/.

João Cordeiro, Centro de História de Arte e Investigação Artística, Escola de Artes, Universidade de Évora, Évora, Portugal/Departamento de Artes Visuais e Multimédia, Universidade de Évora, Évora, Portugal

João Cordeiro tem desenvolvido a sua carreira artística, científica e profissional na área dos média digitais, com um interesse particular na interseção entre as artes sonoras e visuais, quer nas vertentes mais artísticas e exploratórias, quer nas abordagens viradas para a indústria. Do seu currículo destaca-se a experiência profissional em várias instituições de ensino superior internacionais, onde lecionou — presencialmente e à distância — mais de 40 unidades curriculares (Portugal, Macau e Reino Unido); a experiência de coordenação académica e desenho/acreditação de currículos académicos de sucesso; a experiência de supervisão de projetos académicos (licenciatura, mestrado e doutoramento); e a experiência de investigação em instituições internacionais de referência. Os seus interesses de investigação residem no cruzamento entre arte e tecnologia, tendo a sua investigação um caráter eminentemente interdisciplinar. Atualmente, desempenha funções de professor assistente na área de Multimédia, na Escola de Artes da Universidade de Évora.

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