A Grande Guerra e os quotidianos no Porto: os arquivos como contributos

Autores

  • Catarina Pereira Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Portugal
  • Diogo Vidal Unidade de Investigação UFP em Energia, Ambiente e Saúde (FP-ENAS), Universidade Fernando Pessoa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.21814/vista.3001

Palavras-chave:

arquivos, Grande Guerra, quotidianos portuenses, património documental

Resumo

O presente artigo resulta de uma investigação realizada no âmbito do tema “Quotidianos e Sociabilidades Portuenses no Contexto da Grande Guerra” desenvolvida entre a Escola Superior de Educação do Porto e o Arquivo Distrital do Porto. Procura, através da análise de quatro fundos – Processos de Passaporte dos Emigrantes (cartas de chamada); Companhia de Carris de Ferro do Porto; Processos de Admissão da Casa dos Hospícios do Porto (Casa da Roda); e, Livro de Registos Notariais – contribuir para o conhecimento dos quotidianos e sociabilidades na cidade do Porto durante a I Guerra Mundial, mais concretamente no ano de 1917. Pretende-se esboçar a importância dos arquivos como fonte primária de salvaguarda de um património documental inigualável, solidificado pelas personalidades e acontecimentos históricos que imortaliza. A análise da documentação, aqui entendida como elemento construtor de uma memória coletiva e identitária, revelou uma cidade marcada pela emigração para o continente sul americano e a perda de um contingente ativo alargado, pela miséria e pela fome de muitas famílias pertencentes a classes mais pobres, que viam na casa dos hospícios a única salvação para os seus filhos, e uma cidade onde a guerra teve consequências no setor comercial e associativo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Amorim, M. N. (1987). Guimarães 1580-1819. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica.

Araújo, F. M. (2014). Impressões Jornalísticas sobre o Porto na Grande Guerra. Atas do Encontro A Grande Guerra (1914-1918): Problemáticas e Representações (pp.105- 124). Porto: CITCEM.

Correia, F. V. (1926). Situação Económica e Financeira de Portugal: Território e População. Lisboa: Imprensa Nacional.

Decreto-Lei no16/93 de 23 de janeiro de 1993. (1993). Obtido de Diário da República, Série I, pp. 264-270. Retirado de http://act.fct.pt/wp-content/uploads/2014/05/Decreto- Lei-16-93.pdf

Ferraz, J. M. (1975). O desenvolvimento socio-económico durante a Primeira República. Análise Social, XI, 454-471.

França, P. (1992). O Governo Civil do distrito de Viseu: nota histórica e documentação. Viseu: Governo Civil do Distrito de Viseu.

Klein, H. S. (1993). A integração social e económica dos imigrantes portugueses no Brasil nos finais do século XIX e no século XX. Análise Social, 121, 235-265.

Lage, M. O. (2002). Abordar o património documental: territórios, práticas e desafios. Guimarães: NEPS.

Lei no107/2001, de 28 de setembro (2001). Obtido de Diário da República n.o 209/2001, Série I, pp. 5808-5829. Retirado de http://data.dre.pt/eli/lei/107/2001/09/08/p/dre/pt/html

Lima, M. J. (1992). Os Arquivistas, a Formação, a Profissão. Cadernos de BAD, 2, 21- 27.

Lowenthal, D. (1989). The Past is a Foreign Country. Cambridge: Cambridge University Press.

Nora, P. (1993). Entre memória e história: a problemática dos lugares. Proj. História, 10, 7-28.

Ribeiro, F. (2000). O Património documental: da memória das instituições à memória da nação. Bibliotheca Portucalensis, 13-14, 19-39.

Sá, I. d. (1985). A casa da Roda do Porto e o seu funcionamento - (1710-1780). Separata da Revista da Faculdade de Letras - História, II, 161-199.

Downloads

Publicado

2018-06-26

Como Citar

Pereira, C., & Vidal, D. (2018). A Grande Guerra e os quotidianos no Porto: os arquivos como contributos. Vista, (2), 185–199. https://doi.org/10.21814/vista.3001