Memórias de um militar e prisioneiro em Goa (1961-62)

Autores

  • Ana Macedo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), Universidade do Minho, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.21814/vista.3003

Palavras-chave:

memórias militares e coloniais, cartas, diário, prisioneiro, Goa

Resumo

Um militar de carreira, nos inícios de 1961, parte de Castelo Branco para Goa (Pangim) em cumprimento de uma comissão de serviço de dois anos como capitão de cavalaria. O objetivo da comissão em que se integra é o de mobilizar o Paquistão para a defesa dos territórios portugueses na Índia, reivindicados pela União Indiana desde 1950.
Estas memórias são fruto da análise das dezenas de cartas que escreve ao pai durante o exercício da sua missão, bem como do diário que redige ao longo dos 5 meses em que é prisioneiro de guerra após a rendição das tropas portuguesas. Estamos certos de constituírem um contributo fiel e invulgar para a reconstituição do papel português em Goa após 450 anos de colonização.
Sem as distorções que a distância temporal normalmente acarreta, os registos feitos diretamente pelo próprio permitiram-nos o acesso espontâneo aos hábitos e modos de vida goeses bem como à capacidade de adaptação do português e respetivas manifestações de interculturalidade. Permitiram-nos ainda aceder ao relato pormenorizado da vida quotidiana e dos sentimentos dos prisioneiros de guerra portugueses em Goa durante os meses de cativeiro.
Perante o incumprimento das ordens de Salazar dirigidas ao governador Vassalo e Silva nos momentos que antecederam a invasão do território português na Índia – “Soldados vitoriosos ou mortos” – os ex-prisioneiros, regressados a Lisboa em maio de 1962, não foram, naturalmente ovacionados.

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Referências

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Publicado

2018-06-26

Como Citar

Macedo, A. . (2018). Memórias de um militar e prisioneiro em Goa (1961-62). Vista, (2), 200–222. https://doi.org/10.21814/vista.3003