As pessoas nos não-lugares ou as não-pessoas precisam de lugares
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.3049Abstract
Sou cenógrafa e figurinista. Como tal, gosto de apreciar todas as ricas personagens que se cruzam comigo diariamente no “cenário” de Maputo, cidade em constante bulício colorido, confuso, fluído apesar de caótico e misto de toda a panóplia de emoções. Para quem anda a pé, para quem conduz, para quem anda de chapa, de my love... para cada um há visões diferentes e os ritmos são muitos e muito diversos a coexistir, mas o movimento é constante. É uma cidade que cresceu exponencialmente durante a guerra civil, resultado do êxodo rural, sem ter estrutura para suportar esse excesso demográfico. À cidade “de cimento”, colonial, acrescentaram-se os bairros suburbanos que cresceram desordenadamente, sem plano nem condições sanitárias, onde vive a maioria da população residindo em casas construídas em blocos de cimento e chapa de zinco. Uma grande parte das famílias subsistem através do mercado informal, vendendo os produtos das suas pequenas machambas (hortas) ou itens de toda a espécie, importados da África da Sul.
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Augé, Marc. (1994). Não-lugares, para uma introdução da antropologia da sobremodernidade. Papirus, Campinas.
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