As figuras do Gungunhana no caleidoscópio (pós)colonial
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.3043Palavras-chave:
Gungunhana, visualidade, história visual, memória (pós)colonialResumo
O presente artigo aborda a polissemia de algumas imagens do Gungunhana durante os perío- dos colonial e pós-colonial. Gungunhana foi preso em dezembro de 1895 durante uma campa- nha militar portuguesa em Moçambique. Retratos do célebre prisioneiro foram reproduzidas nas páginas da imprensa periódica ilustrada de Lisboa antes da sua chegada à metrópole em março de 1896. No entanto, algumas imagens satíricas tiveram conteúdo crítico e a monarquia por alvo. Em termos metodológicos, as imagens em diferentes suportes materiais foram analisadas diacrónica e sincronicamente e permitiram identificar e classificar as figuras do Gungunhana no caleidoscópio (pós)colonial. Durante o século XX, as representações do Gungunhana adquiriram novos sentidos. De arqui-inimigo à vítima do imperialismo colonial, ele foi ainda considerado um herói da resistência anticolonial e do protonacionalismo moçambicano. A partir das “múltiplas vidas” das imagens em diferentes contextos históricos, percebe-se que algumas delas incidem mais que outras sobre as artes, sobre a história e, por conseguinte, sobre a memória (pós)colonial.
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