A Tendency to Forget: Reparar (n)o Passado Para Resistir ao Esquecimento. Entrevista com a Artista Ângela Ferreira
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.5524Resumo
No âmbito da “Escola de Verão em Comunicação e Cultura para o Desenvolvimento”, realizada na Universidade do Minho, em 2020, as investigadoras que conduziram esta entrevista trabalharam no projeto Cultures, Past & Present (2018–2022), mais concretamente no eixo que buscava compreender a história, a memória e as narrativas associadas aos museus de etnologia em Portugal e em Moçambique. O papel pioneiro de Margot Dias na introdução do filme etnográfico, nos estudos conduzidos junto aos macondes de Moçambique, emergiu naturalmente como um aspeto central da investigação, associado ao papel determinante de Jorge Dias na criação do Museu de Etnologia em Lisboa. Com o avanço da pesquisa, foi possível identificar duas investigadoras e artistas com obra significativa sobre as missões etnográficas do casal Dias, com ênfase no papel assumido por Margot, ainda que com abordagens bastante distintas: a antropóloga e cineasta Catarina Alves Costa, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e a artista plástica Ângela Ferreira, professora da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. O estudo exploratório sobre o percurso artístico de Ângela Ferreira logo evidenciou a necessidade de se chegar à fala com esta criadora. Foi neste contexto que se realizou a entrevista aqui publicada, a qual decorreu em dois momentos, a 12 e a 19 de novembro de 2020, mas que conserva a atualidade dos temas e das questões abordados. Aliás, estes temas e questões estão na ordem do dia, se tomarmos em consideração o recente impulso dado ao debate sobre reparações históricas, em Portugal, após o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se ter mostrado favorável a tais reparações às ex-colónias, durante um encontro com jornalistas estrangeiros a 23 de abril de 2024.
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