Fotografias de uma anomalia. Alteridade e os limites da comunicação intercultural em situação colonial
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.3404Palavras-chave:
fotografia, antropologia, colonialismo, MoçambiqueResumo
No início de setembro de 1948, a Missão Antropológica de Moçambique (MAM) esteve em António Enes (atual Angoche). Nessa localidade, o chefe da MAM, Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior, foi informado sobre a anomalia de um jovem. O interesse de Santos Júnior pelo caso do pequenino Atomane se inscreve numa teratologia colonial que deu azo para uma espetacularização científica dos corpos dos "indígenas". A anomalia de Atomane é apenas uma de várias outras registadas durante as campanhas das missões antropológicas a Guiné, Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor, realizadas entre 1936 e 1959. As fotografias do pequeno Atomane e outros materiais do espólio da MAM formam o corpus documental para a análise dos limites da comunicação intercultural em contexto colonial. A partir de novos aportes em cultura visual, faz-se uma leitura crítica de fotografias do arquivo colonial da MAM.
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