(In)visibilidades: imagem e racismo
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.3054Abstract
And Still I Rise, o poema de Maya Angelou descreve de forma magistral o movimento que perpassa os textos que aqui introduzimos. Trata-se de sublimação. Vista do lugar onde escolhemos estar, a História da humanidade é precisamente feita de resistência e de superação. As imagens refletem ou desafiam “velhas” clivagens abissais, forjadas durante o colonialismo europeu e são, ao mesmo tempo, expressão da opressão e da resistência que lhe tem sido feita. No que revelam e sobretudo no que remetem para a invisibilidade. As reflexões propostas descortinam subentendidos, denunciam ofensas naturalizadas, questionam silêncios e, finalmente, propõem novas visualidades para os corpos negros. Não necessariamente por esta ordem. Mais do que dar visibilidade procura-se mostrar o quão invisível permanece uma parte substancial do visível – tornar visível a própria invisibilidade, na impossibilidade de recuperar o que foi sistemática e prolongadamente apagado. Deste modo, este número da VISTA propõe-se como contributo – ainda que modesto - para a luta antirracista dos nossos dias. A luta antirracista de um mundo onde, por todo lado, novas e velhas formas de racismo trituram vidas de pessoas negras.
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