O Real em Cena: Uma Cenografia Para Lá da Representação
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.4046Palavras-chave:
cenografia, referente, representação, realidade, realResumo
Este artigo pretende problematizar a ideia da cenografia como representação de lugares para a cena e na cena. As criações espaciais/visuais no contexto do palco ainda são de forma sistemática pensadas como respostas a um referente, instalando no domínio do cenográfico um agrilhoamento à identificação e à realidade como modelo. O texto procura analisar alguns modelos onde esta aparente natural relação é discutida, comentando o crescimento da realidade não referencial na cena contemporânea. Organiza-se em três argumentos, que conduzem à possibilidade de abandono do conceito de representação para informar o modus operandi da criação cenográfica no contexto das artes de palco. O primeiro veicula os cenários como representações desejavelmente realistas, na esteira do desenvolvimento da cultura ocidental, para que o segundo possa colocar a hipótese de um outro entendimento da realidade na cena. Esta transformação, produzida por uma vontade de abdicar da representação, comentada na segunda parte, evidencia inclusivamente um possível desfasamento entre os habituais cenários e um outro conceito de cenografia assente na importância da materialidade tangível em cena. O terceiro argumento, conduzido por desafios relativos a modelos normativos de entender a realidade, propõe-se destabilizar modelos semióticos e a conduzir a cenografia para uma interpretação assente na experiência individual dos lugares corpóreos, promovendo assim a ascensão de um certo tipo de real na cena, para lá da representação.
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