Produção do espaço e resistência: uma reflexão sobre cartazes de contestação
DOI:
https://doi.org/10.21814/vista.3025Palavras-chave:
Produção do espaço, Cartazes, Contestação políticaResumo
O presente artigo discute as apropriações de espaços públicos para a distribuição de cartazes de contestação política. Os exemplos foram fotografados em duas cidades brasileiras, Curitiba- PR e São Paulo-SP, durante os anos 2015 e 2017. Ao contrário dos cartazes encontrados em suportes institucionalizados do mobiliário urbano dedicados a esta finalidade, que normalmente são utilizados para a propaganda de estado e publicidade de grandes empresas, os exemplos desse trabalho registram os usos irregulares do espaço da cidade. Nesses casos, além da discussão a respeito do próprio uso e apropriação desses suportes, pretende-se evidenciar temas e tensões sociais do cotidiano através da análise de alguns desses cartazes. O viés teórico é fundamentado principalmente pelo conceito de "produção do espaço" de Henri Lefebvre, que enfatiza o processo político, cultural, social e econômico envolvido na discussão sobre a cidade, reconhecendo a complexidade dos fatores envolvidos no tema e as limitações de abordagens disciplinares restritivas. Pretende-se problematizar essa produção, de maneira que possa ser pensada como prática autônoma e legítima de resistência e apropriação do espaço da cidade.
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